tenho uma lista de 120 coisas pra fazer comigo mesma. a maioria delas eu jamais fiz.
quero viver coisas, sentir coisas e entender o que gosto sem que ninguém me diga qual deveria ser o certo e o errado pra quem eu sou, pra minha idade, pro meu momento ou pra um “nós dois”.
sou preguiçosa, não comecei. são só 120 coisas e 366 dias no ano, esse aqui ainda veio com um dia a mais. mas é só uma desculpa porque eu já antecipo que talvez não goste de nada, apesar de estar curiosa por tudo.
eu sempre fiz tudo na vida sozinha, mas percebi que esse “tudo” eram só pequenas obrigações de vida adulta. eu não sei se eu gosto de fazer coisas pra mim estando só, não sei se eu sei fazer isso. ao mesmo tempo em que divido pouco com poucos. dilemas e paradoxos.
prefiro passar horas conversando com você sobre filmes que já vi, que atravessar a rua e assistir um filme novo. eu sei que vou querer voltar pra casa e te contar minhas impressões com detalhes. e que medo apavorante de me apegar a essa vontade.
tenho uma lista de 120 coisas pra fazer e vou fazer uma delas hoje, porque durante a semana um acontecimento no trabalho me tirou o chão (e não devolveu), porque minha pálpebra treme, porque encerramos (sim NÓS) um ciclo que deu muito trabalho e pôde ser celebrado com pompa e circunstância, porque eu entendi que não é importante falar tudo o que se pensa sempre e porque as vezes a gente precisa fazer coisas apenas (e isso aqui eu aprendi ontem entre adolescentes)porque a gente pode e porque a gente quer