Faz menos de uma semana, e sinto demais a sua falta.
Não importa o que eu diga, ou o que eu faça. Não importa em que muletas eu me apoie, meu peito se encheu de uma saudade espessa. Água turva.
Parto para reconstruir/construir uma nova vida, a emoção da construção me domina, mas ainda sinto não poder dividir com você a jornada.
Escolho espaços bonitos, faço contas de gastos superiores ao que eu poderia gastar, para me aconchegar de alguma forma, para construir um lar com meu filho, tão abandonado quanto eu.
No final, sinto que perdemos tempo, não valorizando o amor que tínhamos um pelo outro. Não aproveitamos o tempo juntos , aquilo que pra mim foi muito bom, na dimensão da sua juventude foi péssimo. Eu confiava tanto em você e na sua lealdade que não me preparei para precisar viver outras verdades.
Por fim tudo é dinheiro. Quando eu achei que iria me libertar de ter que vender a alma pra conseguir isso, você tirou a minha chance e decidiu que era sua vez. Sempre foi sua vez. Tudo sempre foi pras suas conquistas.
Eu deveria ter visto isto antes, deveria te odiar. Eu que nunca pisei em um hospital psiquiátrico, me vi com medo de uma internação. Você me roubou a sanidade como nenhum outro fez, e ainda assim sinto sua falta.
Eu jamais devia ter te convidado pra entrar. Hoje você não existiria. Copia mediocre de homens mediocres. E absolutamente ninguém sentiria sua falta.