Pele arrepiada do primeiro beijo. Devia ter parado ali. Escolha consciente de ir além. Ah se você pudesse entender a dimensão do meu desejo.

Era pra ter sido mais simples do que foi. E que noite Bixinho, que transformou os dias em um eterno pisar em ovos.

Queria que fosse outra época, outros dias. Pra explorar mais do que o que a gente explorou. Ainda sigo curiosa pra saber como seria se não estivessemos tão loucos. Provavelmente a racional seria eu e nada aconteceria. Tudo parecia muito errado e ainda parece, mas eu não me arrependo.

Vez ou outra bato o olho na sua foto, congelo ao pensar na minha que só você conhece.

Eu confio em você muito mais do que deveria, falo o que não devo, sinto o que não devo. Estamos num jogo e você se esforça pra eu não me apaixonar. Eu queria ser das que se apaixona, desejo real, e queria que fizesse sentido ser você. Mas de manhã eu te deixei ir embora de verdade e você nem percebeu. Por dentro eu sorrio e penso: menino demais – me divirto.

Em alguns dias tenho medo das nossas conversas porque elas me levam pra um lugar bom onde eu certamente ficaria.

Vivemos amores inversos, a dificil decisão entre homens, mulheres e os demais. Todos possiveis pra mim, menos possíveis pra você.

Que bagunça a gente fez. Deito no teu peito enquanto eu penso — “estragamos tudo”.

Sou mais rápida que você e jogo a merda no ventilador para que a gente nunca mais se encontre de novo na porta de um quarto de hotel.

Sou eu puxando as cordas de uma marionete, pra fugir daquilo que desejo. É você me ferindo com delicadeza, do jeito que pode.

Sou obrigada a reconhecer, somos bons nisso.

Eu nunca vou conseguir te explicar os motivos que me fizeram entrar em pânico. Eu sorri pra todas as ideias que você propôs porque provavelmente eu teria posto todas elas em prática.

Eu tenho aprendido que amores podem durar uma vida ou só uma noite, porque às vezes uma noite é tudo que a gente tem pra doar pra alguém. Eu tinha uma única noite — aquela noite — e você também.

Aproveitamos o finzinho de madrugada e deixamos o dia seguinte terminar de chegar. A gente vai voltar a ser as pessoas que éramos antes desse surto.

Se eu te disser que lembro de tudo o que aconteceu eu vou estar mentindo. Mas tudo que lembro e guardei foi bom.

Meu gostar de você não mudou, mas eu acho que a gente perdeu alguma coisa pelo caminho.

“We don’t talk anymore, Like we used to do” — agora a música parece fazer mais sentido. Pode mesmo acontecer.

Talvez essa pandemia mude o jeito como a gente lute contra o que sente, talvez a gente tenha menos medo. Talvez a gente não se apegue tanto ao mês de maio, que no fim pode não ser como a gente esperava, mas fazia sentido esperar porque era, e ainda é uma promessa escrita em mapas que a gente não entende muito bem.

Eu sigo ligada de um jeito diferente a você. Quando tudo dá errado é pra você que eu corro. E quando tudo é uma festa também é o que faço. E que bom que você ainda está aí pra mim.

A gente devia ter feito aquela tatuagem quando se conheceu. Pássaro solto, voando da gaiola aberta, de onde ele pode ir, mas sempre pode voltar porque não está preso e pode fazer dali lar.

Que a gente sempre possa voltar um pro outro, independente do nome que o sentimento tenha no final.

CategoriasSem categoria
mariarita

Escrevo para não enlouquecer sobre coisas que já me enlouqueceram.

Deixe um comentário