Entre todas as coisas que foram ditas pra mim, um monte de clichês que eu ainda não tinha vivido.
Conhecer a pessoa em um dia e ver ela mudar pra sua casa no dia seguinte, adotar filhotinhos de gato na segunda semana. Esses dois eu fiz sem pestanejar.
O plano do ano era viver um amor em outra cidade. Quem de nós nunca viveu um amor pelo qual valesse a pena atravessar fronteiras? — eu ainda não, definitivamente era um bom plano. Não deu certo.
Cai no pior e mais dolorido dos clichês. Eu tão gay e você tão hétero.
Jamais achei que ia acontecer, parece até castigo. Achava verdadeiramente impossível se submeter a esse tipo de paixão cruel demais pra existir.
Te olho de longe, mais longe do que eu gostaria. Você sempre vai ser um conjunto de fotos bonitas.
Te admiro em tudo aquilo que faz, cada construção social, cada possibilidade de mudança de mundo.
Onde você estava que não apareceu por aqui antes, porque nossos mundos que são tão próximos não colidiram e tornaram tudo possibilidades.
Me apego ao estudo da Universidade de Essex, na Inglaterra que diz que “Mulheres são bissexuais ou homossexuais, mas nunca heterossexuais”. Quero muito que isso seja verdade. Mas ainda que seja verdade você precisaria me achar tão interessante quanto eu te acho — mentira, poderia ser muito menos.
Cada vez que vejo surgir uma mensagem sua meu peito se enche de um quentinho bom. E aí vejo seu sorriso na foto e chega doer.
Eu estou o caminho de entender um montão de sentimento em mim, ainda não sei se é paixão de verdade nesse coração congelado pela vida. Mas é você que tenho vontade de chamar de Preta, te imagino circulando pela minha casa, pela minha vida.
Ontem a noite escolhi que vou esquecer que você é tão fantástica e provavelmente a distância imposta pelos dias vai apagar você de mim. Nossas melhores conversas vão ser como um sonho bom.
No fim você nunca vai saber a verdade sobre mim. Sobre o casalzão que a gente foi aqui dentro de mim, e nem que eu atravessaria fronteiras pra ficar olhando nos seus olhos.amarguras e outros motores humanos
escritos da pandemia
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